quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Incandescente


Difícil é decifrar o que eu sinto.
Tanto tempo esperei para encontrar...
De repente eu o achei, ele estava ali: perto dos olhos, longe das mãos.

Tudo o que leio tudo o que escuto, me faz lembrar... Me trás sorrisos, suspiros...

Aquele homem, com jeitinho de menino tira minha concentração,
Faz-me buscar por luz mesmo quando eu sei que não existem mais palavras.
Tira meu sono, minha fome.
Alucina-me e me faz ansiar pelo próximo dia.

Ele gosta de samba e de coisas de amor, ele gosta de tudo que eu gosto e um pouco mais. Ah, por ele... Por ele eu quase que me entrego, e desço do muro, chego perto do chão e volto atrás.
Ele tenta ser durão, mas não consegue.. É doce como uma criança.

Dejavú? Não sei.
Só sei que mesmo sem querer ele me faz bem.

Meu coração não é o mesmo desde que o vi.
Queria mesmo era que essa nossa história acabasse em numero par e final feliz.
Queria mesmo era que a gente ficasse junto, é uma união inusitada, e mesmo com toda insegurança que nos cerca, eu acredito que ainda seremos “nós”.

Regidos por Vênus, somos assim: indecisos.
Já passei por tanta coisa na vida, que hoje tenho medo de me deixar ir pela sinfonia e, acho que ele também.
Talvez tudo seja apenas uma crise, uma fase.
Talvez seja a hora de abrir os olhos.
Eu gosto dele e acho que ele também gosta de mim.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

MAZURKA


Assim como uma profecia, mesmo sem querer eu sabia que seria este o rumo.

Parte dele ficaria em mim.
O cheiro, a lembrança, o toque...
Pensamentos que teimam em circundar minha mente
– por segundos, alcançam a minha alma.

Um vínculo que obteve resposta em apenas uma parte.
De forma aplacada, aguardo sempre, algum retorno.

O queria perto de mim, queria tê-lo não apenas em pensamentos...
(risos)
Meus desejos são em carne e sentidos.
Vontade de que fosse eterno e sem taburnos.

Bom mesmo é deitar sob o seu peito,
fazer carícias e lutar contra o sono que surge no decorrer das horas.
Melhor seria se, você ofertasse a mim maior carinho.

Um sentimento de origem inexplicável...
Talvez tenha surgido do proibido, do desejável, do libido, do planejado.
Ou, do que não havia sido calculado.

Intrigante é aceitar a primavera...
O errado enquanto o certo não vem.

*MAZURKA: Título dado a uma das sinfonias (Op. 7, Nº1) de CHOPIN (Frédéric)
Que eu gosto muito... e me lembra alguém =p

Quatro Horas







Adocicada... Refugiada.

Uma saudade daquele rapaz...
Talvez eu sinta falta, por ele não ter apresentado a opção de tê-lo junto a mim, de senti-lo vibrar na mesma camada...
De reparar respirações e transpirações.

Foi uma longa historia...
Uma vida de quatro horas.
O sorriso que não sai da memória..
Aquela pele macia..
Olhos esverdeados que se lançavam para o futuro.

Vermelho, cor-de-rosa, verde e amarelo.

Longas (quatro) horas...
Que foram capazes de reavivar em mim aquela sensação há muito perdida..
Aquela que todos aguardam por sua graça:
Paixão – projétil de vida feliz.
Tão completo pra mim e ele nem sabe, não imagina.

Pena é não o poder encontrar...

Sei que ele está em algum lugar na porção oriental do planalto paulista,
Sei também que ele é meu príncipe e que eu não sou a princesa dele.

Incerto...
Ah, quem diga que é apenas mais uma história do cotidiano...
Outros um começo de história feliz..

O mesmo tempo que revela, é aquele que apaga.

PAIXÃO s.f. Movimento violento, impetuoso, do ser para o que ele deseja. / Atração muito viva que se sente por alguma coisa. / Objeto dessa afeição. / Predisposição para ou contra. / Arrebatamento, cólera. / Amor, afeição muito forte.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Somniu i Dun*


Uma saudade que vem de mansinho afivelada ao medo de ser olvidada... De esquecer...
Que o tempo não volta atrás tenho ciência, difícil mesmo é querer enxergar.
Sinto falta de tantos lugares... De tantas pessoas...
Foram etapas vencidas que guardarão contigo a mística da eterna amizade e afeto.
Etapas que quando eu não souber mais o que fazer, mergulharei em meu travesseiro e colocar-me-ei a lembrar... Dos bate-papos e conversas a beira da piscina... Das doses de Martini e de whisky... Do som que tinha ao fundo...
Dos caminhos das águas.
Lembrarei de coisas que talvez ninguém mais tenha prestado a atenção para recorda-se mais a frente.

Amores... Amigos... Festas... Viagens e um pouquinho de São Luís... Toda esta consubstanciação fez de mim um instrumento afinado.
Tudo isso trouxe aos meus olhos a invenção do reinventado.
Vontades e planos que mesmo quando longe, certamente estão perto.
Dos outros não esqueci,
-confesso que de “uns” nem me lembro mais...
Listas e números fazem-se supérfluos quando se aprende a real falta de cada um.
Quando tudo ainda é pouco e o bem-querer é porto seguro.
*Somniu i Dun = Sonhos e Dunas, em latim Clássico.
**Dedicado aos Amigos de Slz

sábado, 12 de janeiro de 2008

D-e-s-c-o-l-o-r-i-n-d-o




Às vezes causo meu próprio holocausto,
Imagens que deixam-me frustrada, teimo em olhar...
E como se não bastasse uma única vez, olho-as durante horas.


Procuro a felicidade em caixas que eu sei que estão vazias... abandonadas...
Fico sozinha, olhando pela sacada, lembrando de sorrisos, beijos e abraços.. momentos fugazes que me fizeram acreditar que tudo estava bem...

Vivendo cada dia em um canto
Tentando guardar um pouco de tudo
Pessoas que entraram em minha vida bagunçaram-me e foram para longe
– da mesma forma que eu...

Mentiras que não foram sinceras...
Cada sinfonia cicatrizará de uma maneira
Cada voz faz-se lembrar por um momento

E tudo o que eu mais quero é esquecer,
Começar tudo novamente... ter meu coração limpo

Planos que não deram certo e, um ano que era para começar estonteante
senta as margens da solidão e descontentamento...
Quem sabe as flores, os espinhos.

Um talento que vem se perdendo nas noites em claro.
O que fazer quando o papel não sabe mais guardar segredos?
“às vezes me preservo, noutras suicido”
e o mais surpreso de tudo é que por mais que tudo esteja desordenado
eu ainda creio que amanha há de ser outro dia,
com mais cores, fluídos...