terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Somniu i Dun*


Uma saudade que vem de mansinho afivelada ao medo de ser olvidada... De esquecer...
Que o tempo não volta atrás tenho ciência, difícil mesmo é querer enxergar.
Sinto falta de tantos lugares... De tantas pessoas...
Foram etapas vencidas que guardarão contigo a mística da eterna amizade e afeto.
Etapas que quando eu não souber mais o que fazer, mergulharei em meu travesseiro e colocar-me-ei a lembrar... Dos bate-papos e conversas a beira da piscina... Das doses de Martini e de whisky... Do som que tinha ao fundo...
Dos caminhos das águas.
Lembrarei de coisas que talvez ninguém mais tenha prestado a atenção para recorda-se mais a frente.

Amores... Amigos... Festas... Viagens e um pouquinho de São Luís... Toda esta consubstanciação fez de mim um instrumento afinado.
Tudo isso trouxe aos meus olhos a invenção do reinventado.
Vontades e planos que mesmo quando longe, certamente estão perto.
Dos outros não esqueci,
-confesso que de “uns” nem me lembro mais...
Listas e números fazem-se supérfluos quando se aprende a real falta de cada um.
Quando tudo ainda é pouco e o bem-querer é porto seguro.
*Somniu i Dun = Sonhos e Dunas, em latim Clássico.
**Dedicado aos Amigos de Slz

sábado, 12 de janeiro de 2008

D-e-s-c-o-l-o-r-i-n-d-o




Às vezes causo meu próprio holocausto,
Imagens que deixam-me frustrada, teimo em olhar...
E como se não bastasse uma única vez, olho-as durante horas.


Procuro a felicidade em caixas que eu sei que estão vazias... abandonadas...
Fico sozinha, olhando pela sacada, lembrando de sorrisos, beijos e abraços.. momentos fugazes que me fizeram acreditar que tudo estava bem...

Vivendo cada dia em um canto
Tentando guardar um pouco de tudo
Pessoas que entraram em minha vida bagunçaram-me e foram para longe
– da mesma forma que eu...

Mentiras que não foram sinceras...
Cada sinfonia cicatrizará de uma maneira
Cada voz faz-se lembrar por um momento

E tudo o que eu mais quero é esquecer,
Começar tudo novamente... ter meu coração limpo

Planos que não deram certo e, um ano que era para começar estonteante
senta as margens da solidão e descontentamento...
Quem sabe as flores, os espinhos.

Um talento que vem se perdendo nas noites em claro.
O que fazer quando o papel não sabe mais guardar segredos?
“às vezes me preservo, noutras suicido”
e o mais surpreso de tudo é que por mais que tudo esteja desordenado
eu ainda creio que amanha há de ser outro dia,
com mais cores, fluídos...